terça-feira, 24 de novembro de 2015

RESPEITO


Depois de mais de um ano ausente eis-me aqui novamente. 
Depois de muitas experiências vividas eis-me aqui, sobrevivente.
Sobrevivente de um país em decadência, com governantes preocupados com seu próprio umbigo, que na verdade fica mais para baixo, nas laterais, ou seja, seus bolsos.
Não quero falar sobre política, acho que na verdade todos falamos demais e agimos de menos. Falo isso por mim mesmo, não quero apontar o dedo para ninguém, afinal todos nós temos nossos defeitos.
O que cabe a mim falar, nesse meu desabafo de volta do mundo dos "esquecidos" é sobre uma coisa que cada dia mais anda em fata: RESPEITO.
Já devo ter falado algo sobre isso, afinal como disse Renato Russo : "sei que as vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?". 
O que me vale agora é o sentimento. 

O que houve com nossa moral? O que houve com o principio de "amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" ? Não estamos nem amando a DEUS nem ao próximo!
Pequenas atitudes mudam a vida, fazem bem para alma. Ceder lugar no transporte público (mesmo aqueles que teoricamente não são preferenciais) para pessoas idosas, gestantes, deficientes deveria ser algo rotineiro. Não precisa esperar ela parar ao lado ou na frente, basta chamar e ceder. Se ela não quiser ficar é outra história, mas isso é o mínimo. 
Sei que todos nós temos nossos problemas mas se temos condições de ajudar, por que não? 

Outro principio básico: não farei com o próximo aquilo que eu não gostaria que fizessem comigo.
Vou respeitar o chão que piso, não vou jogar lixo no chão pois se eu o fizer vou entupir algum bueiro. E se não entupir alguém vai limpar. Vou respeitar quem está indo trabalhar, assim como eu, que pega transporte lotado, não colocando a mochila nas costas. Vou respeitar a mulher que está na minha frente, não me colocando propositalmente atrás dela, nem muito menos encostado e se porventura eu precisar fazer por estar superlotada a condução eu vou assegurar que minha bolsa esteja na frente. Se pensarmos que poderia ser nossa esposa, mãe ou alguém querido ali na situação tudo será diferente.  


E a questão da religião? Olha outro problema aí! DEUS quer ver pessoas sendo mortas porque "teoricamente" são infiéis? Queria entender em que parte da Bíblia, Alcorão, ou qualquer que seja o Escrito sagrado que esteja dizendo :" DEUS quer ver pessoas mortas por não cumprirem suas leis". Poxa, tá complicado! Não vou ser julgado no tribunal divino por aquilo que fiz de errado, mas por aquilo que deixei de fazer certo! 
"Embora eu caminhe por um vale tenebroso nenhum mal eu temerei pois junto a mim estás.."
Eu não vou criar esse vale! Eu vou acreditar que cada um é uma alma abençoada pois tem vida, e a vida só ELE dá! Não me importa seu credo, sua cor, sua etnia. 

Outra coisa absurda é o preconceito. Pré-Conceito. Conceito pré determinado. 
Julgamos sempre , inconscientes e nem percebemos, fazemos porque achamos normal ,  até mesmo porque somos doutrinados desde jovens a isso. Só acho que preconceito é ignorância. E digo ignorância pois ela vem de todas as classes, de todo dia de gente. Desde os mais estudiosos até os mais leigos.  Devemos no mínimo conhecer antes de julgar. Não admito ouvir qualquer tipo de ofensa ou brincadeira ofensiva sobre a cor. Tem muito branco que faz besteira e muito negro que é exemplo de vida. Cor não é sinônimo de caráter!

Assim também tem a questão da classe social. Quem mora no morro é favelado e quem mora no asfalto é "mauricinho ou patricinha". Se o morro fosse invadido não por policiais mas sim pelo poder público com escolas, hospitais, empresas, OPORTUNIDADES, duvido que tivesse tanto bandido. O povo está carente porque falta o respeito de todos e o "todos" deve começar com o Poder Público. Não adianta subir e matar inocente. Da mesma forma que a Hidra (uma cabeça cortada, duas nascem no lugar), o mesmo vai sempre acontecer com a bandidos.

Aliás, encerrando esse papo sobre bandido e fazendo um ganho para o começo, deixo aqui uma pergunta:
Quem é mais bandido? O chefe do tráfico que rouba e mata centenas, ou o político corrupto que se vende e que  deixa de investir em saúde, educação e saneamento básico matam milhões?

Eu quero respeito, mas para isso vou respeitar primeiro!







quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Político também é ser humano, devemos respeitar


A respeito da morte do candidato Eduardo Campos, gostaria de escrever umas coisas :
Não costumo defender político, porque não sou simpatizante de candidato x ou y. Não posso falar mal do Eduardo Campos pois ainda não havia pesquisado nada sobre ele (além apenas de saber o que mostrava na mídia). O que posso falar (depois de pesquisar) é que o Estado que governou (Pernambuco) cresceu acima da média nacional (3,5% em 2009) e os investimentos foram de mais de R$ 2,4 bilhões em 2009, contra média histórica de R$ 600 milhões/ano. A administração foi premiada pelo Movimento Brasil Competitivo. Além disso, teve 70% de aprovação do seu governo, pelos seus governados.
Mais uma vez friso, NÃO ESTOU APOIANDO NINGUÉM, mas devemos ter o mínimo de respeito e cuidado com o que publicamos nas redes. Antes de ser político era (ele) um ser humano, pai de família, filho, neto. Com ele morreram mais 6 pessoas, que tal qual também tinham seu valor e familiares. 
Não adianta xingar político e se indignar contra todos que fazem mal ao povo, se nós mesmos não temos consciência de nosso papel na sociedade. Quer entender? Leia um pouco a Constituição. Leia o artigo 5º (para entender os direitos individuais e coletivos), o artigo 14 (direitos políticos) e os artigos 37 ao 41 ( Administração Pública até Servidores Públicos). Aprendi isso com um professor chamado Sergio Cardoso e nunca mais me esqueci. Não precisamos ser conhecedores profundos da Lei, apenas ter alguma noção para nos defendermos de abusos cometidos diariamente contra nós (povo). 
Quer mudar o Brasil? Muda a ti mesmo. Seja educado, cordial. Não jogue lixo nas ruas, não fure filas, dê lugar aos idosos e gestantes no transporte público. Sejamos simpáticos e não antipáticos. Se cada um fizer a sua parte, todo mundo ganha. Não sou bobo por ser educado. 
No fim toda vida é importante, independente de cor, credo, ou filosofia política. 
Como já disse Shakespare, é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Diário da Copa 2014 - Brasil x Croácia

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2014, dia dos namorados. Dia de início da Copa do Mundo no Brasil. Copa realizada novamente após 64 anos.  Início de um sonho para muitos, de alegria para outros e desilusão para poucos.
Nunca na história uma Copa foi tão contestada. Milhões gastos, mal empregados, superfaturados, envergonhados.
O mundial ainda que recheado de polêmicas é sim concretizado e ele volta para o berço do futebol, não para os inventores, mas para os donos legítimos da arte, das firulas, do improviso, da magia de serem imprevisíveis e por isso mesmo espetaculares. O Brasil estreia em São Paulo, no ginásio Itaquerão contra a Croácia, às 17 horas e logo aos 11 minutos sofre um gol contra de Marcelo, o primeiro gol contra marcado pelo Brasil em mundiais,  totalmente sem culpa, no contrapé. A torcida toda lamenta mas apoia e nosso time ergue a cabeça e vai pro jogo (afinal nosso time é melhor e tem uma nação apoiando). A mesma torcida que cantou o hino no início, mesmo sem música, agora empurra a seleção. Nosso time reage e Neymar marca no fim do primeiro tempo. No segundo o juiz marca um pênalti inexistente em Fred e novamente Neymar deixa sua marca. Era a quebra de uma mística de que um camisa 10 brasileiro nunca marcara em estreias. Era a virada e a consagração de um craque que carrega todas as esperanças de um título mundial em casa. Para dar ainda mais alegria Oscar marca um gol de bico, para celebrar a atuação do melhor em campo, de um maestro que rege o time e enlouquece a torcida. Brasil 3 x 1.
Eu assisti ao jogo na minha casinha alugada, depois de sair do trabalho as 14 horas, no centro do Rio de Janeiro. Assisti o começo da partida almoçando, ao lado de minha amada esposa que fizera um almoço gostoso,como sempre. Foi uma celebração do dia dos namorados totalmente diferente, sem presentes, sem declarações esfuziantes de amor, mas com a simplicidade e a sutileza que o momento exigia. Estava ali, almoçando no meu cantinho com minha esposa, vendo um jogo da copa realizado no meu país. 
A mim não caberia outra coisa senão torcer como qualquer brasileiro que ama seu país apesar de toda roubalheira. Nossa seleção não tem culpa dos erros de nossos governantes e eu só posso apoiar da minha maneira. 
Tenho esperança de um futuro próspero, para meu país, para a minha seleção e para minha vida com minha esposa.

Que venha o México! 


Washington Luiz
12/06/14

  

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Manifesto contra a violência - Pessoal, Transferível e Divulgável

Eu, brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, mais especificamente em São João de Meriti, deixo registrado meu manifesto contra todo e qualquer tipo de violência. Seja física, verbal, moral  ou simplesmente incitativa.
Em tempos de Jornada Mundial da Juventude não é aceitável que nossa sociedade viva em estado de tensão e guerra. A massa contra a minoria, que se dá conta de que não é minoria e torna-se massa. O símio virou neandertal, que virou homo-sapiens que virou "homo-violentus". 
O que mais tenho visto atualmente são manifestações (e digo isso no sentido de atos, não de manifestos propriamente dito) de violência contra jovens, mulheres, crianças, patrimônio público e transporte de massa. A massa que cada vez mais torna-se refém de sua própria espécie, sua própria ideologia. Ideologia essa que muda a cada atentado contra o direito de ir e vir, de se expressar, de pensar, de sentir. Não aceito o pensamento autoritário de que eu tenho um direito e você um dever. 
Em casa a mulher cuida dos filhos, cuida da casa e o marido trabalha para trazer o dinheiro para a casa. Não! Os dois buscam a integração da melhor forma possível. Homem cozinha, arruma a casa e cuida dos filhos da mesma forma que a mulher. E porque há de se brigar por isso?
No ambiente de trabalho o chefe manda o empregado obedece. Deve haver hierarquia mas há de se ter respeito. O empregado pode muito bem ensinar ao empregador a rever seus conceitos. Cada um exerce sua função sem abuso de poder.
E por falar em poder, a polícia não deve usar de sua farda e sua arma para agredir e matar sem qualquer critério, como temos visto constantemente.  Usando uma definição de Vício de Ato Administrativo: "O excesso de poder ocorre quando o agente exorbita sua competência, ou seja, quando a autoridade administrativa pratica um ato que excede aos limites de suas atribuições legais." Não está claro? Preciso ser mais específico? 
Nossa sociedade trilha o caminho do certo e errado buscando sua afirmação de maneira equivocada.
Penso logo existo ou manifesto logo sou visto?  
Não me sinto representado quando vejo pessoas sendo agredidas, ponto de ônibus sendo quebrados, agências de bancos sendo depredadas, repartições públicas sendo invadidas e tomadas como se fossem castelos. Não dá para aceitar o extremismo de ambas a partes. 
Sei também que sofremos agressões silenciosas por partes de nossos governantes que se omitem com uma série de problemas com relação a transporte, educação e saúde. Pego o metrô e ônibus todo dia e sei o quanto é desumano ficarmos espremidos feitos sardinha em lata em vagões com ar-condicionado ruim ou simplesmente sem ar. Isso sem contar a falta de água em vários locais. 
Mesmo assim, com toda essa violência que sofremos, não merecemos sermos agredidos, mesmo que "sem intenção" por qualquer um que tenha seu direito roubado por aqueles que colocamos no poder.
Não é tolerável um cidadão levar uma coronhada, ser pisoteado, atingido por um tiro de bala de borracha no olho e agora morto (o cinegrafista da Band Santiago Andrade) ! Não estamos progredindo e sim regredindo!  
Vamos protestar sim, vamos reivindicar sim, mas com sabedoria e civilidade. A violência não leva a nada, a 
não ser ao excesso!.
A voz tem mais poder do que a arma. A educação é mais forte do que a força. Quando desperdiçamos energia com violência desviamos ela do real objetivo. O brasileiro é um povo lutador, guerreiro, feliz, e não bárbaro! Simpatia é quase amor, mas violência é desonrosa! 

" É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada" (William Shakespeare)



Washington Luiz
(11/02/14)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Patriota por ocasião, ou por vocação?

Engraçado como nossos sentimentos são tão controversos quanto nosso país. Tudo aqui é levado ao extremo. Amor e ódio são tão íntimos quanto um casal. Aliás, um paradoxo bem a calhar para esse texto. Moramos debaixo do mesmo teto (país), dormimos na mesma cama (Estado) e nem por isso somos amorosos o tempo todo.
Todo mundo está cansado (para não ser politicamente incorreto e dizer "careca") de saber que nosso país vive afundado em um mar de corrupção, que vem da esfera máxima, para atingir justamente a quem mais necessita de recursos: a maior parcela da população. 
Acompanhei de perto (ou bem próximo) a essa onda de protestos Brasil afora e senti-me orgulhoso de finalmente ver o povo nas ruas. Fazia tempo que eu não via esse movimento (desde o impeachment do Collor). Eu era um jovem estudante e lembro perfeitamente dos estudantes mais velhos chamarem todos na porta do colégio, bem na hora da entrada, para irmos todos ao centro do Rio, para fazer parte de um momento histórico. E... eu não fui. Tinha de fato meus medos e não gostava muito de multidão. 
Muito tempo se passou e novamente o cenário se repete, só que dessa vez o gigante se levantou contra outras coisas. A maior delas, que realmente me deixou orgulhoso, era justamente a corrupção. 
Aqui no meu trabalho, no Centro do Rio de Janeiro, estou próximo a Candelária, principal ponto de encontro dos manifestantes, e ouvia helicópteros sobrevoando, buzinas, e outros sons que misturados se tornavam indecifráveis. Uma vez fomos dispensados no momento exato que a população caminhava para a Presidente Vargas, e eu fui caminhando até a Central do Brasil, por uma rua paralela, mas vendo toda a movimentação do povo. Me deu um misto de medo e vontade de estar naquele meio, participando de um momento histórico, e acho que ainda mais forte do que o movimento Fora Collor, pois não era por um presidente, mas sim por um país que cansara de políticos corruptos e gastos indevidos com coisas que não nos acrescentam valores. Vi milhares de pessoas gritando, cartazes, bandeiras, nariz de palhaços e outros adereços apropriados para a grande ato que se anunciara. Porém mais uma vez não fui, mas por uma questão simples: estava indo encontrar minha esposa para comemorarmos seu aniversário.
A questão toda narrada acima tem um só nome: patriotismo.
Mas quando somos de fato patriotas? Quando a seleção brasileira de futebol entra em campo? Quando a seleção brasileira de outros esportes ou outros esportistas brasileiros competem? Recentemente nosso lutador Anderson Silva perdeu o cinturão do UFC, mas isso é outra história, e novamente a população parou para ver a luta (eu inclusive) e torcer. É comum eu ouvir comentários de que o Brasil está uma droga, que ninguém faz nada pela saúde, educação e etc. Digo de coração aberto: ninguém NUNCA vai fazer enquanto o povo não se movimentar. Enquanto patriotismo não se manifestar em ações, como está acontecendo agora, nossos políticos irão cada vez mais mamar nas "tetas" da nossa nação e ainda achar que não estão fazendo nada demais. Pior que isso é ver nossa PresidentE (sim, com E, pois acho horrível o Presidenta, da mesma forma que não chamamos O estudante e A estudanta) falar que temos o direito de fazer as manifestações. Claro que temos! Temos e havemos de fazer tantas outras para reclamar nossos direitos. Costumo ouvir o Ricardo Boechat na rádio bandnews pela manhã, vindo para o trabalho e achei maravilhoso o esporro que ele deu no ar. Falou o que tínhamos para falar, só que com microfone e na rádio. É muito fácil falar o que já sabemos, quero ver falar algo diferente. Falar que eles (os políticos) estão errados e vão nos ressarcir dos impostos pagos e que foram parar diretamente nos bolsos de nossos ilustres algozes, é que eu duvido!
Fui voluntários do PAN2007 aqui no Rio. Voluntário mesmo. Trabalhei 15 dias e tive que pedir para tirar férias no período dos jogos, mesmo não estando em época de tirar férias. Sabe porque fiz isso? Queria participar de algo grande, de conhecer um evento importante por dentro. E fui lá, participei, conheci muita gente legal que eu sabia que não teria chance de conhecer. Popó, Minotauro, Minotouro, Vitor Belford, dentre tantos outros esportistas, repórteres e personalidades. Até fui parar no RJTV quando o Brasil foi pra final do boxe! Olha só. Sabe o que ganhei? Experiência de vida e mais amor pelo meu Brasil. Ver o Maracanã (antes da atual reforma) cheio, com todo mundo cantando o hino nacional para ver a medalha de ouro ser entregue a um maratonista, como fala aquela propaganda, não tem preço!  Senti orgulho mesmo!
Quero ver amar o Brasil independente dos políticos, quero ver amar pelo povo, pela cultura, pela adversidade com que passamos todos dias e mesmo assim continuamos com um sorriso no rosto. 
Quero ver cantar o hino nacional e sentir aquele frio na espinha na hora do "gigante pela própria natureza", Quero ver o coro da multidão, na passeata ou nos estádios. 
Quero ver o povo acordado, não o gigante adormecido. 
Quero ver a criança com a bandeirinha na mão gritando Brasil. 
Quero quem amem ao próximo como amamos a nós mesmos. 
Quero respeito por quem eu sou, por quem somos. 
Quero cidadania, não oportunismo.
Quero gritar que por causa de tudo que passamos temos orgulho de sermos brasileiros!

"Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil"

Washington Luiz



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Super-Herói Comum

Entre ruas tortas
E vielas estreitas
Traço meu caminho
Coletivamente sozinho
Por escolhas direitas

Semblante sério, pé, mão, braço
Tudo se mistura
Feito uma silenciosa tortura
Na serpente de aço
E eu sigo....

Em meu silêncio oportunamente providencial 
Observo, analiso e dou minha sentença ao final
Afinal, a lógica é companheira
Tudo é explicável
O ilógico é algo inaceitável
Ao menos na teoria
Pois na prática até um simples byte tem sua sabedoria
Em algum momento a sentença será verdadeira

Vendo gigantes de concreto e aço
Aguardo o chamado, ocorrência direta
Imediatamente, prontamente atendido
Problema resolvido
Retorno para base, permaneço em alerta
Sou o faço
Faço o que sou.

Super-herói sem poder algum
Sem voar , ter força sobre-humana
Sem garras afiadas,  esverdeado
Sem em prédios subir
Sou apenas um homem comum
Doutrinado a ser sempre educado
Com a habilidade de aprender e evoluir.


Washington Luiz






quinta-feira, 25 de abril de 2013

Crônicas de Metrô

Hoje, dia 25/04/2013, vim com um amigo para o trabalho e durante nossa vinda decidi que iria escrever algumas coisas a respeito dessa minha rotina de indas e vindas do trabalho. Mais especificamente sobre o metrô do Rio.

Dia desses, estava eu , ouvindo meu fone de ouvido em um volume relativamente baixo, quando ouvi um burburinho logo após uma estação, que acho que era Vicente de Carvalho. Pois bem, eram aproximadamente 8 da manhã e o metrô a essa altura já estava bem cheio. Não dei muita importância e continuei ouvindo minha música, e o metrô cada vez mais cheio. Quando dei por mim era uma senhora, conversando com uma jovem. A senhora falava e gesticulava, e pelo que acabei ouvindo, era sobre o filho dela. Quando chegamos na estação Central, essa digníssima senhora, cheia de boas intenções, resolveu mostrar para a jovem como ela devia se alongar para melhorar a postura. Adivinha o que aconteceu? Puxa braço por cima da cabeça daqui, puxa o braço para um lado dali, e toma-lhe empurrões e esbarrões nos outros passageiros. Fiquei com pena de uma mulher que estava atrás dela. Literalmente estava sendo esmagada e, pelas caretas que ela fazia, doida para xingar a espalhafatosa senhora dos nomes mais bonitos que existem no dicionário do palavração brasileiro. Isso é hora e lugar de mostrar como se alonga???? Vai para uma academia ou sai do metrô e mostra para os passageiros!  Já pensou se a moda pega? Vai ter personal trainner de metrô!

Outra coisa. Existe uma lei da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Mentira! No metrô é possível até mais de 2 corpos! 3 ou 4 é mais comum, Não adianta você ter quase 2 metros de altura (como é meu caso) e estar do lado da porta do vagão, em um lugar estrategicamente reservado para uma pessoa. Vai ter sempre alguém achando que pode ficar ali, invariavelmente atrás de você, fungando no seu pescoço, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Se for mulher que estiver nesse canto então, já era! É certo aparecer alguém para ficar atrás, encostando a perna no fiofó e achando que não está fazendo nada de errado.

Você já levitou? Sabe o que é voar? Então pegue o metrô na Uruguaiana entre 18 e 19h. Fique bem na frente quando o metrô chegar e feche os olhos quando a porta abrir. Um super-herói as avessas! Você vai perceber que seus pés não tocam o chão enquanto a multidão te leva para dentro do vagão.  Se você não tentar firmar o pé dentro do mesmo, ai realmente você vai ver que em poucos segundos isso não será mais possível.

E bolsa e mochila então? O que mais se vê são mulheres com aquelas bolsas enormes a tiracolo ou então gente com mochila nas costas que simplesmente bloqueiam o transitividade ou até mesmo machucam quem está por perto. Eu levo e trago mochila diariamente, mas seguro ela com uma das mãos e com a outra eu me seguro. Tento ao menos não incomodar as pessoas que estão próximas. Aliás, acho que sou o único!

Tá bom que temos que aproveitar o tempo, mas mexer no tablet ou ver vídeo no celular durante a viagem ao trabalho é algo muito complicado. Ainda mais quando a pessoa está do seu lado, super concentrada e acha que está no sofá de casa, se mexendo de um lado para ou outro. Não dá né?

Educação também no metrô é coisa rara. A pessoa acha que é um fantasma e quer passar por dentro de você quando vai soltar na estação ou então pegar um lugar melhor. Elas simplesmente saem empurrando! Se pisar no seu pé enquanto tenta chegar na porta para soltar na estação, só lamento. Você vai sentir dor e a bendita alma não vai nem perceber que fez do seu pé um pastel amassado.
Por favor, obrigado e  desculpa são palavras obrigatórias para um bom convívio em sociedade, e o metrô é um ótimo lugar para treinarmos isso. Também não vamos esquecer do Bom Dia, Boa Tarde ou Boa Noite, Tão necessários quanto as três palavrinhas mágicas acima descritas.
Bom humor é sinal de inteligência, e pela manhã então é mais do que necessário. Afinal, encarar metrô cheio logo cedo para ir para o trabalho, só com muito humor. Não dá para ficar resmungando de uma situação a qual a maior parte dos cariocas passa todo dia. Rir da própria desgraça não é sinal de maluquice nesse caso, é sinal de leveza de espírito.

Bem, acho que para um primeiro relato eu até que escrevi bastante. Em breve eu volto. Mais tarde tem volta pra casa e mais algumas aventuras.

Até breve!

Washington Luiz